quarta-feira, 2 de junho de 2010

O ENSINO EM LOUSADA

O ensino primário oficial em Lousada teve início em 1779, no reinado de D. Maria I.
A primeira escola primária funcionava em Meinedo e o primeiro professor primário de Lousada chamava-se João Pessoa da Silva.

Em 1883 houve um edifício escolar mandado construir pelo Visconde de Nevogilde, na freguesia de Santa Marinha de Lodares com o nome de Escola de Santa Isabel.

Em 1890, a Câmara de Lousada decidiu que se criassem “as escolas de ensino elementar de S. Fins do Torno, com uma escola feminina, e de Caíde”.

Em 1904, no Dicionário Histórico-Corográfico, aparecem mais 4 freguesias com escolas primárias: Cernadelo, S. Miguel, Sousela e Torno.


Com o homicídio do rei D. Carlos e com o fim da monarquia e a implantação da República, as ordens religiosas foram um dos grandes alvos de repressão.

O elevado poder social e económico detido pelas organizações eclesiásticas era visto como um perigo para o novo regime instaurado em Portugal.

O Colégio de São José de Bairros

Tal como aconteceu por todo o país, também em Lousada se verificaram acções de restrição ao Clero, nomeadamente impedindo a sua acção educativa extremamente conservadora. Uma dessas acções deu-se na freguesia de Lodares, em 1911, onde existia o Colégio de São José de Bairros, dirigido desde 1897 pela Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição ou Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus, assim chamadas até 1910, quando as autoridades do Porto o encerraram. Para além das actividades escolares, as Irmãs dedicavam-se a ensinar toda a espécie de trabalhos femininos: lavoures, música, pintura e culinária.


Através da luta da Irmã Maria Iria das Dores para reaver os seus bens, “mulher de armas” que nunca descansou, a Congregação viu o seu Colégio ser restituído pelo Governo Republicano, em 1918.

Este Colégio continua a exercer a sua benemérita acção educativa, ministrando, ainda hoje, o Jardim de Infância e o 1º ciclo, a mais de 200 alunos.

A Escola Primária de Silvares
O arquitecto Adães Bermudes
A necessidade de construção de uma nova escola destinada à instrução primária em Lousada fazia-se já sentir desde 1865, data em que Januário Correia de Almeida assim o refere, numa visita ao concelho como Governador Civil do Porto. Daí que, tal como em relação a tantas autarquias portuguesas de então, tenha sido o arquitecto Adães Bermudes, cidadão de ideias republicanas, nascido no Porto e formado pela Academia de Belas Artes e na Escola Nacional de Belas Artes de Paris, o responsável pelo projecto da Escola Primária de Silvares, na vila de Lousada.


As escolas do tipo “Adães Bermudes” continuam ainda hoje a funcionar como tal, embora não dentro da ideologia “separatista” dos sexos, que detinham inicialmente a respectiva inscrição, bem patente sobre as portas laterais “FEMININO” e “MASCULINO”.
Portanto, a escola primária da vila de Lousada, onde hoje se encontram as actuais instalações da Biblioteca Municipal, já se encontrava em projecto da autoria do dito arquitecto Adães Bermudes, desde o dia 11 de Abril de 1901, como está referido em carta a si endereçada pelo presidente da Câmara Municipal de Lousada, José Freire da Silva Neto.


A construção deste edifício parece ter-se realizado entre 1902 e 1912, após aprovação do “Programa para a elaboração de projectos de edifícios destinados a escolas de instrução primária”, levado a efeito pelo Estado Português. O Programa aspirava, com isto, o desenvolvimento de uma tentativa de prover o país de uma nova infra-estrutura, dotando-a de equipamento e investindo de forma clara na instrução do país.

O ensino secundário em Lousada

Em Lousada também foi ministrado o ensino secundário no Colégio de Vinça, com o título inicial de Colégio de Nossa Senhora do Bom Sucesso, situado na Quinta da Ribeira, a 3Km de Lousada, e pertença da freguesia de Cristelos, por aí existir uma capela com o mesmo nome. Mais tarde foi transferido para a Quinta de Vinça, na freguesia de Casais (S. Paio), edifício construído de propósito para esse fim, por ordem do proprietário, António de Sousa Freire (da Casa do Carregal ou Quinta da Tapada).


Trabalho de pesquisa realizado pela professora bibliotecária da Escola Secundária de Lousada

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